Manifesto de Zua polo Dia da Pátria 2021: sem independentismo nom há futuro

Anteontem foi 25 de julho, Dia da Pátria Galega. A jornada mais assinalada do ano no calendário de quem luitamos por umha Galiza ceive. O dia por excelência para reclamar os nossos direitos nacionais. E, também, para fazer umha avaliaçom do ano precedente e umha análise da situaçom atual.

Passárom já quase oito meses desde a apresentaçom de Zua. Neste tempo, e mália as numerosas complicaçons e limitaçons à hora de juntarmo-nos ou organizar atos derivadas da pandemia da COVID-19, fomos quem de consolidar um espaço militante ideologicamente avançado e claro, um referente estudantil para quem partilha a nossa visom da Galiza e do independentismo. Umha organizaçom, aliás, que pujo no seu centro os cuidados, a irmandade, o respeito militante, a hontestidade e, em definitiva, a dignidade. Um espaço que sempre antepujo —e sempre anteporá— as suas ideias e, em especial, esses valores, às possíveis rendibilidades políticas e pessoais.

Por outro lado, neste último ano, comprovamos —para quem ainda tivesse algumha dúvida— como um Governo do PSOE e Podemos nom supujo mudança real algumha: precarizaçom da mocidade, exploraçom laboral, repressom contra a dissidência, aumento do gasto militar e precarizaçom dos serviços públicos, rego com o dinheiro de todas para as grandes empresas, políticas em favor das grandes companhias e contra os interesses das trabalhadoras, políticas contra as refugiadas e migradas…

A turistificaçom, impulsada como nunca polo atual Governo espanhol, é umha das maiores ameaças para o nosso povo e para a nossa mocidade. Fazer a economia cada vez mais dependente do turismo, enquanto destroem a pouca indústria e sector primário que ainda resistírom os ataques do Estado espanhol e da UE, deixa-nos sem a possibilidade de termos um futuro laboral e umha vida «digna» na nossa terra. Umha terra que nom duvidam em destroçar para o enriquecimento dumhas poucas. Mesmo, após já tê-lo feito o verão passado e provocar no Estado espanhol umha vaga de COVID-19 única no mundo, nom vacilárom à hora de fazê-lo de novo e antepor o turismo à saúde e bem-estar das suas «cidadãs». Mais do que nunca, fica claro que Espanha é a nossa ruína e que a independência é a única via já nom só para a nossa sobrevivência como povo, senom também para a defensa dos nossos direitos como classe operária.

Além disso, a chegada da universidade privada ao nosso país da mão de Abanca é umha das maiores agressons ao estudantado galego nos últimos tempos. Nós temos claro que mobilizaçom e a luita na rua som as únicas que poderám frear as ânsias de privatizaçom e elitizaçom do ensino, e nelas poremos todos os nossos esforços.

Por outro lado, vemos com raiva como as pessoas LGBT seguimos a ser agredidas, e como umha boa parte do movimento político do nosso país assume sem nenhuma dissimulaçom e com orgulho posiçons transfóbicas.

Sentimos ira também ao ver como as mulheres seguimos a ser assassinadas e agredidas, e como organizaçons independentistas som cúmplices doutras que tenhem encobrido agressores machistas. Coletivos cúmplices que noutros momentos nom duvidárom em aproveitar politicamente a denúncia contra as mesmas organizaçons das que agora vam da mão. Aliás, nos últimos tempos assistimos com incredulidade e indignaçom ao uso do «feminismo» em montagens dirigidas à tomada do controle de certas organizaçons arredistas.

Nós, polo contrário, tentamos sempre guiar as nossas atuaçons pola verdade, por um lado, e pola coerência, por outro. Isto último foi o que fijo que Zua abandonasse as juntanças para a convocatória da manifestaçom juvenil independentista do 24 de julho: negamo-nos a partilhar espaços e convocatórias com organizaçons que tenhem sido acusadas de encobrir agressores machistas.

Zua vê com decepçom, também, como se tem abandonado a concepçom da noite do 24 de julho como jornada de mobilizaçom e combatividade. Sentimos tristeza ao ver que se abandonam iniciativas como a rondalha juvenil, e contrariedade ao ver que se continua a insistir num 24 de julho de concertos e festa, de borracheira e submissom. Nom podemos falar da noite do 24-J sem denunciar a já tradicional ocupaçom policial das ruas de Compostela, com o objetivo de impedir qualquer ato de mobilizaçom e reivindicaçom dos nossos direitos nacionais. Estando cientes disto, e das nossas limitadas capacidades orgánicas e militantes, Zua aportará nos 24-J o seu grãozinho de areia, por pequeno que este for, para que o nosso dia nacional comece com horas de reivindicaçom e luita.

Aliás, na nossa opiniom, na atualidade as drogas —incluindo o álcool, normalizado por muitas organizaçons do movimento, que nom duvidam em usar a sua venda em atos políticos como principal via de financiamento— som umha das maiores problemáticas para a mocidade independentista, e para a juventude galega em geral. É por isso que Zua começará este verão umha campanha contra as drogas, com o objetivo de conscientizar e luitar contra este grave problema.

O movimento independentista galego chegou ao Dia da Pátria num dos seus maiores momentos de debilidade e fragmentaçom. O detonante desta nova «travessia no deserto» viu provocada por quem tentou tomar o controle de algumhas organizaçons através de montagens e mentiras. Isto foi o colofom aos últimos tempos, nos que há quem só quer ovelhas fieis no rebanho, militantes sem opiniom nem peso que fagam simples seguidismo, chegando ao extremo de tentar destruir política e pessoalmente a aquelas militantes que ousam ter critério próprio e podem ser umha ameaça para os seus planos. É neste tipo de campanhas nas que se enquadra umha gravíssima agressom sofrida por um militante de Zua, que detalharemos no futuro.

Numha jornada como o Dia da Pátria nom podemos esquecer-nos de quem o Estado espanhol tem sequestradas por luitar pola libertaçom nacional da Galiza. Nesta dia nacional, Zua exige, mais umha vez, a imediata posta em liberdade das presas independentistas galegas. Vaia para elas, desde aqui, o nosso agradecimento polo seu exemplo de inteireza e pola sua contribuiçom à consecuçom dumha Galiza ceive.

Porém, este ano Zua nom fijo um chamamento à participaçom na tradicional cadeia humana pola liberdade das presas independentistas galegas, convocada por Ceivar. Nom o figemos como crítica à situaçom e deriva atuais do movimento antirrepressivo galego, cujo agir sectário no organizativo fijo que se atope no seu momento de maior debilidade e residualidade, reduzido à sua mínima expressom.

No nosso dia nacional, queremos saudar a todos os povos do mundo em luita pola sua libertaçom nacional, especialmente às companheiras das outras naçons oprimidas polo Estado espanhol: Andalucía, Aragón, as Asturies, as Canárias, Castilla, Euskal Herria e os Països Catalans. É preciso lembrar que todas nós temos o mesmo inimigo: o Estado imperialista espanhol, e que qualquer avanço dum dos povos na sua luita pola liberdade beneficia ao resto, pois debilita esse inimigo comum.

Viva Galiza ceive!
Antes mortas que escravas!
A luita é o único caminho!